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TEXTOS SELECIONADOS

 

"A abstração que a todo o instante aqui se oferece ao espectador – é-o por necessidade da própria pintura, no processo em que entrou não por propósito estético de oposição figurativa – porque figurativa ela é, em memória e evocação. Foi-o sempre Matisse, recortando papéis que antes pintava com a cor precisa; mas foi-o sempre também outro pintor que mais recentemente morreu (e não vinha dele, mas de Braque, por construção), e que, entre formas e espaços, levava as suas cores a um extremo de significação: era Nicolas de Staël. A história não aceita comparações, mas tem famílias, às vezes muito importantes para o seu seguimento."
José-Augusto França (Historiador, sociólogo e crítico de arte. Professor catedrático jubilado da Universidade Nova de Lisboa)

 

“[Moura-George] liberta-se totalmente das formas rígidas e a cor passa a ter uma importância fundamental na sua pintura (…) As suas telas (…) são autênticas sinfonias de cor. Como na música somos levados a imaginar figuras, paisagens ou apenas sensações, que vão da alegria ao amor ou ainda a sentimentos de profunda nostalgia.”
José Sommer-Ribeiro (Arquiteto, Diretor do Centro de Arte Contemporânea da Fundação Calouste Gulbenkian (1983 – 1994), Diretor do Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva (1994 – 2006).

 

"Letras e números representam este papel nos quadros de Moura-George, mas também introduzem uma nota rigorosa de ordem, variedade e ambiguidade. O que torna estes quadros louváveis, não é só o facto de ocuparem um lugar específico, na tradição do Design moderno, mas também as qualidades de lucidez e conteúdo que eles evocam e transmitem para o ambiente nos quais são vistos, qualidades essas que devem muito mais à subtileza do artista no contraste e equilíbrio das tonalidades, assim como à luminosidade da cor".
Hellmut Wohl (Professor de História de Arte, Boston University e Visiting Professor of Art da Robert Sterling Clack, Williams College, Boston

 

“(…) seu encanto reside não apenas na ambiguidade visual, mas também na ironia. Letras e objetos representam este papel nos quadros de Moura-George, mas também introduzem uma nota rigorosa de ordem e variedade, inseparavelmente ligados à sua afirmação poética dos valores da imaginação clássica – serenidade, equilíbrio e clareza.”

Mário Mendes de Moura (Editor)

 

“(…) é possível encontrar linhas do horizonte, céus, mares e montanha nas pinturas (…) de Moura -George – e a tarefa fica ainda mais instantânea depois que alguém nos sopra essa possibilidade. Em alguns casos, parece que essa foi efetivamente a intenção do artista, mas como saber ao certo? Há tanto de compromisso com a forma e a extensão das pinceladas, com a sobreposição das transparências e o contraste das cores que também seria bem plausível que nenhuma figuração tenha sido pretendida na fatura das obras.”

Paulo Miyada (Curador-adjunto do Centre Pompidou. Curador e pesquisador de arte contemporânea)

 

“Um dos argumentos mais notáveis do português José Moura -George acerca de suas (…) pinturas é de que, juntas, elas conformam uma estória da história. Trata -se de um comentário que reflete, de forma oblíqua, a própria condição de viajante do artista.

Em qualquer caso, estaremos sempre diante de uma aposta na síntese artística. Condensação de ideias, materiais e movimentos que vão do encontro ao branco da tela que promete o deslimite das transparências.”

Paulo Miyada (Curador-adjunto do Centre Pompidou. Curador e pesquisador de arte contemporânea)

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